A viagem de Ragnar foi curta, pretendia chegar logo em Porto Branco, Victarion desejava voltar logo para Pyke, e Beowulf insistia para se apressarem pois desejava ver o tio o mais rápido possível, passou-se uma quinzena desde que havia deixado Winterfell, muitas das noites fizeram acampamento na estrada de terra para seguirem viagem durante a manhã, algumas noites dormiam dentro de fazendas, cujos donos eram conhecidos do Earl e apreciavam uma boa conversa, ser o líder daquele feudo também significava ouvir os problemas dos que não podiam ir até ele, fazia com gosto, apreciava ouvir as pessoas comuns com seus problemas simples.
Sua chegada em Porto Branco foi celebrada com um banquete de duas noites, organizado por Wyman Manderly, o enormemente gordo chefe da cidade, tão gordo que não montava mais em cavalos, era rico como podia ser, o mais rico dos chefes do feudo de Ragnar, vendia iguarias como enguias, carne de baleias, salsichas e porcos para toda a costa oeste, fora biscoitos que eram guardados em jarros, estes eram caramelizados e mantidos com mel, digno das colmeias que possuía, era o único na Islândia que tinha mel a sua disposição. Contou a Ragnar sobre seus problemas, o Earl os ouviu, prometeu que cuidaria dos mesmos, dando-lhe um gordo saco de moedas de prata e ouro, pedindo ao mesmo que começasse imediatamente a produção de mais barcos para viagens longas e campanhas de saque, dando-lhe uma quantia extra para levar dinheiro para um construtor naval que vivia afastado de todos, famoso por sua distinção e enorme habilidade, seu nome era Floki, conhecido por métodos peculiares e atitudes estranhas.
Feitas as despedidas corretas, Victarion tomou seus dois barcos, eram do tipo Knarr, pintados de cor negra, com velas sombrias expondo lulas em dourado com seus dez braços, partiu logo após o primeiro dia do banquete, prometendo ao Earl que falaria com seu irmão sobre o que foi discutido. Balon Greyjoy não era famoso por sua paciência, disse ele, então era melhor que se apressasse. O Earl não se importava nem um pouco com a perda de sua companhia, ele achava Victarion um formidável guerreiro, temido e assombroso, mas o homem não tinha senso de humor algum, fora bom senso, venerava o oceano como um deus estranho mas digno de ser temido, veneradores de Rán. Não partiram muito tempo depois, no terceiro dia em Porto Branco, haviam reunido os barcos necessários para suas partidas, Wyman Manderly era o Protetor do Faca Branca, Escudo da Fé de Mírmir, Defensor dos Desprotegidos, Chefe e Senhor de Porto Branco, ele guardava muitos dos barcos do Earl, boa parte da sua frota. Para Eldey, Ragnar partiu em dois navios longos, os famosos drekkar, os do Earl Lothbrok tinham enormes cabeças de lobos, ornamentadas com escudos de muitas cores e desenhos, seus duzentos homens estavam espalhados por eles, e Beowulf ia com outros dois barcos do tipo Knarr, dividindo os seus quarenta homens.
Foi uma viagem tranquila, o mar estava calmo e o vento foi favorável, o sol ja estava alto no céu quando o Earl pode avistar ao longe, erguendo-se como um enorme gigante de pedra deitado nas costas verdes de Eldey. Foi Rollo que falou, sua voz era grave.
- Então essa é Heoroth, o castelo de Hrothgar, Matador-de-Dragões?
Respondeu um aceno duro de cabeça, ainda estava com os olhos fixos no castelo negro que se erguia conforme se aproximavam mais ainda de Eldey.
- E aonde aguarda o nosso destino, Rollo.
E o mar se agitava sob o casco do Drekkar, como se estivesse concordando com os visitantes a Eldey.